sexta-feira, 10 de abril de 2009

Entre tantos, de repente. Pelo olhar, você já sabe que é igual. Gente como a gente, que parece ter saído da mesma fábrica, mesma série, vindo ao mundo com a mesma missão. Você reconhece pelo sorriso, pelo abraço, até pelo jeito que abre a porta. Aqui dentro, chega a dar uma alegria, íntima e discreta, de ter encontrado nesse mundo tão grande alguém que você já conhece, embora tenha visto agora. A unidade é de alma. A afinidade é de primeira. Os risos são sincrônicos. As palavras são gentis umas com as outras. As piadas são cúmplices. As confissões se compreendem. São pessoas que já têm licença para passar, no quarto, na sala, na portinha do seu coração. E só de ver vivendo, dá uma felicidade, um orgulho, como se você tivesse encontrado a si mesmo. Você torce sem razão. Você ama sem dizer. Você protege sem que ninguém perceba. Entende sem que se diga nada. E mesmo que vocês se distanciem, fica sempre uma energia boa, um eco desse encontro vibrando no tempo. E a certeza, silenciosa, de que cada um tem que seguir, continuar a ser o que é, para andar por esse mundo colorindo o caminho.