quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pousado.

E eu olhava amando

Como se amar fizesse risca

E fosse contornando

Com uma gentileza despretensiosa

O tracejado do seu rosto.

E eu olhava amando

Como se amando pudesse cobrir

Em um entapetado de beijos

O que não era visível

Mas que estava amando olhar

Entre um assunto e outro.

E eu escutava amando

Como quem abraça as palavras

mesmo sem ouvir,

Como quem ouve música

De uma língua qualquer,

E se cobre com um som

por ser apenas familiar.

E eu esperava,

Apertando as minhas mãos,

Por um momento em que

O momento ficasse morno

Com uma mão pousada sobre a minha

Como uma eternidade de paz

Pousa sobre uma pessoa.