quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O gosto que gente tem.

Gosto de gente falando em inglês. Os dois primeiros minutos em que eu me culpo por não dominar a língua são absolutamente superados pelo gosto que eles me provocam: o gosto de viagem. Ri sozinha porque naquele pequenino instante, em um cubículo de elevador, eles fizeram com que eu me sentisse livre no mundo. Atravessando um corredor de hotel em nova york ou em um museu famoso, apertando o livrinho sobre o peito, esperando para entrar. Naquele momento, aquelas pessoas me têm gosto de férias. Acontece parecido com meus amigos baianos: todos têm o bafo quente de sol. Quando eles chegam, me animo, porque sei que encontro um pacote de alegria, um suplemento de amor do qual sou feita. Me encontro com a melhor parte de mim em um simples sorriso encostado na porta, preso no rosto de um deles. Parece que a cidade embarcou, que minha felicidade passou para me buscar. As pessoas mudam de gosto quando se misturam com o cheiro quente de nossas memórias, os pedidos escondidos de nosso coração. E tudo passa a ser tão mais bonito e tão fácil se explica o rosto da moça, olhando pro alto, quando todo mundo está andando rápido, olhando pro chão.