quinta-feira, 14 de maio de 2009

A mulher que vive em mim.

Pouco me importa o que você pensa de minha aparência. Porque sou segura enquanto mulher. Pouco me importa o seu porquê entre os fios do meu cabelo, seu ar esnobe, seu desdenho. Não quero saber o que seus olhos têm a me dizer – porque palavra de olhos seus é rasa, é tão pouca de morrer entre a íris e a claridade, entre uma piscada e outra. Você só sabe ver o que está visto, até sua língua dança sobre o tédio. Não me importa mais o que você pensa sobre mim, sobre o desarrumado do meu cabelo, sobre a virtude da minha pele, meus passos, aquilo que exala quando existo sem fim. Não me importa porque sei a mulher que sou. E entenda: o meu conceito de mulher é que é grande, o meu conceito tão diferente do seu. Ser mulher para mim é saber imensamente. Coisa que seus olhos, seus dentes, seus ombros estão muito longe de alcançar. Sou a mulher que sinto. Sou a união de todas, transpiro em mim todos os punhados de luz. Meu cerne está firme, não se ampara no que você diz, nem no que vem dos dedos, seus medos, seu verbos sem freio. Sou o que vem do meu ventre e o infinito em mim não me escapa. Minha beleza por vezes é mansa, mas aquilo de que sou feita tem força incomum. Se tenho que confiar em algum olhar, confio no meu, que vê além da claridade.