sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mensageiros do tempo


Existe um povo que vive. E vive simplesmente. Mas existe um povo que avisa. Que é luz de beira de estrada, é telegrama do destino, balcão de informação da vida. Tem gente que está no lugar certo, na hora certa, para lhe confirmar o caminho, lhe dar os suprimentos de viagem que enchem a barriga d´alma e aquecem as inquietações, feito uma manta encomendada. Gente estratégica. A palavra dessas pessoas é farol em noite de neblina. Chegam simplesmente sem avisar e estão lá, não por acaso, mas já esperando por você. O que você recebe delas não é nada menor do que a voz do universo. A resposta às suas indagações, o bilhete da passagem que vai te deixar na próxima estação, nesses trilhos horas tão duros, horas tão difíceis do caminho do crescimento. A essas vozes mansas, que atenuam corações e olhos dilatados, que são a notícia boa que viaja, mensageiros do tempo tão bem disfarçados pela despretensão, meu mais sincero agradecimento. Vocês são o marco de passagem em minhas páginas. O que encontrei nos olhos de vocês é luz para levar com os meus. Sigo com a certeza de que o encontro leva apenas o tempo necessário – a caminhada com os próprios pés prossegue sozinha – mas aquilo que recebi permanece agarrado a mim, por milhas infindáveis e tempos que me esperam, em um destino sem nome anunciado, mas aguardando com ansiedade o meu.



Dedico esse texto à Rose e a todos os amigos que me agraciaram com o mesmo papel.