quinta-feira, 29 de abril de 2010

Oceano de mim

É, eu não sou daqui.

Eu sou do mar

Meu verbo é derramar

Até encobertar os grãos secos

de vida pouca, de pouco amor

Eu tenho o tamanho do abraço

Da linha azul no horizonte

É verdade, sou mansa

(como o sonho bom)

De envolver você em um balanço morno

Mas também sou tanta

Tenho o incalculável mistério do mar

Desenhada no brilho da beira

E com muita história além da superfície

Sou um convite, sou água

Queira beber, por favor

Se contém o sal,

não é para secar a garganta

Mas para encher de vida

Os cantos onde o azul se arrasta

Sim, seu moço, posso não ser certa

- qual é a agua que é acomodada?

E meu ruído horas incomoda.

Mas qual a onda que se traduz calada?

Até quando a brisa é mansa

Ouve-se o canto da boca encharcada

Do alto de uma sacada…

Venha quem quiser sentir

Pule quem quiser provar!

Tenho o número de encantos

Salgado, molhado, imenso, espalhado

Que alcança o mar!