
TUDO QUE AMO DEMASIADAMENTE de repente nada. Não é um abuso da coisa em si, da figura amada. Mas do meu próprio desespero, do meu suor e rubro nas bochechas, do meu arfar em tentar prender o instante com as mãos, do ardido nas coxas, dos olhos incansáveis no mesmo alvo, faça pedra, faça chuva, faça tombo, faça sonho, faça pão. Me canso não dele, mas de mim. E quando então explodo, em um ódio autêntico e descompensado, que espalho cada átomo dessa paixão, volto então serena. Feito chuva mansa, feito cachorro magro, que depois de dias, acha o caminho de casa e reconhece, enfim, o seu dono.