terça-feira, 12 de maio de 2009

Prometo por todas as letras
Te amar
O amor do instante
E querer o espaço distante
Entre a fervura da boca e o beijo
Só pra encostar no teu peito
Prometo amar mais o seu cheiro
E se a chuva cair
Amar mais adiante
Ser inteira mesmo descoberta
Ser coberta por você inteiro.


(vamos fazer nosso verão agora
E ser inverno só em janeiro)

Desabafo

Um ódio exagerado indo com toda força contra uma tecla do teclado. Uma única letra amparando todo o peso de mim. Pode parecer demais, pode parecer um surto- que seja- eu não tenho paciência alguma para erros robóides, mecânicos ou digitais. Eu não agüento, eu não acerto. Só o que eu preciso é de um leito, de um papel todo em branco para descansar meu texto. Se a página de repente trava não é o documento que se perde, é muito pior: é a sensação, é a inspiração, é a brisa mansa que estava me levando a cinco minutos atrás, tão esparsa. Não tenho paciência para tudo que não acompanha meu sentir, que não me permite dançar, existir e esticar o meu mundo. Sou feita de instante, não me peça para esperar - ainda mais conectar. A emoção já é tão delicada, para ser interrompida por uma caneta falhada? Não aceito, não quero, me revolto. Não há amor que dure assim. Muito pior que o próprio ponto no fim é esse word que é tão lento, e meu impulso tão violento, que saudade de um papel, sem linhas, sem pausas, inteiro, igualzinho a mim.