terça-feira, 12 de maio de 2009
Desabafo
Um ódio exagerado indo com toda força contra uma tecla do teclado. Uma única letra amparando todo o peso de mim. Pode parecer demais, pode parecer um surto- que seja- eu não tenho paciência alguma para erros robóides, mecânicos ou digitais. Eu não agüento, eu não acerto. Só o que eu preciso é de um leito, de um papel todo em branco para descansar meu texto. Se a página de repente trava não é o documento que se perde, é muito pior: é a sensação, é a inspiração, é a brisa mansa que estava me levando a cinco minutos atrás, tão esparsa. Não tenho paciência para tudo que não acompanha meu sentir, que não me permite dançar, existir e esticar o meu mundo. Sou feita de instante, não me peça para esperar - ainda mais conectar. A emoção já é tão delicada, para ser interrompida por uma caneta falhada? Não aceito, não quero, me revolto. Não há amor que dure assim. Muito pior que o próprio ponto no fim é esse word que é tão lento, e meu impulso tão violento, que saudade de um papel, sem linhas, sem pausas, inteiro, igualzinho a mim.
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Lu
ResponderExcluirPra gente que viu as primeiras linhas escritas neste valioso papel branco que é você, é muito bom saber que permanece fiel ao sacerdócio da escrita.
É bom saber que tem gente do lado, perto da gente, capaz de entender que, muitas vezes, o maior amigo é um papel em branco, aquele que nos ouve sem julgamentos, que absorve nossas dores e esperanças, sem questionamentos mais complicados do que aqueles que nós mesmos nos fazemos...
É muito bom te ver dando asas ao seu talento, deixando a a vela da alma aberta a favor do vento, inflada e inspirada por esta brisa interior, poesia latente em sua personalidade expansiva!
Parabéns a você, Lú. E obrigado por nos brindar com sua prosa e seus versos...
Didier