segunda-feira, 11 de maio de 2009


Há vezes em que o carinho, o querer bem, o sorriso, o abraço, vem antes da intimidade. E o sentimento, tão leve, vem antes das palavras. Simplesmente se adianta, pede pra ser, mudando a ordem natural das coisas. É como chegar em casa para arrumar a festa e já encontrar os convidados sorrindo. E como é engraçado tudo isso. Porque é um querer bem que embaraça, que deixa qualquer um desajeitado. Sabemos e não sabemos lidar com isso. É uma verdade que não se acomoda, que incomoda, viramos os olhos, sorrimos com rapidez, escapamos como se estivéssemos fazendo alguma coisa de errado – esse gostar sem se estender. Não é por mal, nem por querer mal, é por querer bem apenas. Uma vez escrevi que não estamos acostumados a esse sentimento despalavreado, sem muito assunto ou explicação, sem necessidade alguma de nada. Tão complicados somos nós que não conhecemos essa forma dele de existir, apenas existindo. Disfarço, desconverso, desato, pra esconder esse desassossego íntimo depois de uma afinidade súbita. Nunca vi gostar sem razão, entendimento sem garantia. Engraçado eu ser assim contrária: sempre tive mais medo da calmaria.

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