quarta-feira, 13 de maio de 2009

Tinha um rosto masculino. Uma alma tão doce com um rosto masculino. Aquele contraste me chamou atenção. Ela caminhava assim, e quem a conhecia de vista, só podia ver a armadura que a própria vida lhe deu. Vai ver para esconder tanta doçura, vai ver por uma distração do destino ou só para mostrar quão imprevisível a natureza pode ser. Bastava trocar algumas palavras para ver como se derretiam, olhos, braços, queixo, corpulência. Tudo se tornava uma doação de amor, uma singeleza de viver. Ela, de rosto tão masculino, conseguia transformar o tempo em um tempo feminino, um vento todo feminino, o dia em feminino, o socorro em feminino. Com suas delicadas mãos, ela impregnava nossos encontros com a calma e a gentileza que pouco se vê pelo mundo, fazendo com que todos, um a um, quisessem deitar sua alma naquele jardim. E mudava, assim, o rosto da própria vida.

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