E quanto mais
a mulher me empurra
Mais eu enteso
Feito burro n´água
Mais o ombro prende
Mais o corpo atrasa
Porque o que eu quero
É leseira
Eu nem sei que dia é hoje
Se é sábado, domingo-feira
Eu quero é abrir meu bico
Esticar minhas Penas
Faz um sol danado lá fora
E você cheia de caramiola
Me deixe ouvir o tilintar da vida
O zinoim do tempo
Meu ritmo hoje é marcado
É um jingado quase lento
Eu quero é um aconchego de lado
Demorar na risada gostosa
Molhar meu pé, encharcar palavra
De qualquer coisa melada e enjoada
E você com essa cara
Sem entender nada
Veja, já é sexta-feira
Me deixe esticar meu cangaço
E se tiver um motivo pra rir
Descanse esse muro
Estenda esse braço
E me encontre, mulher
Que não há motivo
Pra tanto
estardalhaço.
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