Mulher
Em pé.
Mas em seu olhar
há algo de longo
há algo de seguro
há algo de seu
muito seu
Eis o que havia conquistado
Soube formar-se no próprio ventre
agora era ela
Uma Mulher
Em sua fecundidade
de dons.
Tão plena quanto inteira
os pés nus sobre o tapete
A pele reluzindo com os olhos
Verdadeira e nua para si
Já era a guarda do universo
Cresceu com os outros grãos.
Já havia aprendido
a germinar uma relação
a se encontrar no silêncio
a transformar na calma
a abrigar os infinitos gemidos
do amor
sem nunca perguntá-lo.
Era ela
Pedaço de mundo
Mulher inteira
Agora com olhar mais certo
fincado nos sonhos
ardente buscadora de si
Andava com um passo
talvez mais leve
um pouco mais certo
mais firme
Em suas mãos tinha a certeza
de poder acalentar o mundo
de ver com os dedos
o que a alma esconde dos olhos
De poder tocar os medos
De poder acariciar os dons.
Mulher inteira
disse dela mesma
E seguiu
(ainda havia muito a fazer).
Mas com uma beleza
delicadamente farta
que só cabe
a uma vida mulher.
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