terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Nem parece verão em sampa. Acabei de chegar e o friozinho matinal já nos encontra, naqueles velhos olhos brancos da cidade. De punjante e urgente, só o verde. Há um derramado de verde por toda parte, molhado e vivo, como se fosse uma primavera para aquela cor. Caminho sob o hálito das flores, o macio tapete de grama, a permissão dos insetos e o babuciar de um passarinho, que como eu, também aprendeu a viver tranquilamente ali – apesar da estradinha de asfalto. Respiro os ares da cidade. Da minha cidade. Seu bocadinho de chão, seu silêncio cheio de liberdade para um livro, um pensamento. É tanta calma nessa cidade sempre nova, mesmo que todos saibam de suas urgências. Quase danço sob o frio e as histórias que estou ouvindo. Podia até sentir saudades do sol. Mas não, eu entendo, é quase como uma compaixão, deixá-la ser. Essa chuva..ah, essa chuva é só o jeito de amar de sampa.

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