quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sem crachá

Nenhum tinha convite. Não faziam questão alguma de se apresentar. Vinham do bloco do branco. Só tinham a cara, mas pouquíssima explicação. Ninguém sabia muito o que fazer com eles, deixaram que adentrassem o salão. Que comessem o que quisessem e olhassem, no fundo do olho, do primeiro que passasse – azar o dele. A graça não era saber de onde vinham, mas ver do que eram capazes. Ver seu excesso de coragem, sua audácia em revirar tudo, falando alto, criando caso. Quem iria lhes dizer que não podiam? Se tão pouco tinham nome, muito menos boa educação. Enquanto eles estiveram, ninguém mais fez nada. Foi como ser observador na própria festa, salvo um ou outro copo de whisky. A eles, tão donos de si e tão fora da lei, apelidei de sentimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fico muito feliz com a participação de vocês. Quem preferir pode mandar um email: lubacoli@hotmail.com. Obrigada!