domingo, 26 de abril de 2009

Por ontem

Nunca desfiz um texto. Mas você mereceu.

Desatei cada letra enganchada e fui emudecendo o som das vogais. Sufoquei as melhores palavras, enterrei os começos e fiquei com os finais. Rompi os ditongos, hiatos, todo som que vem de união. Chutei para fora da frase toda e qualquer conjunção. Vi o verso perder a rima, vi o poema se endurecer. Nenhuma metáfora de amor cogitou aparecer. Fiz a letra virar linha, fiz a linha se empenar. Borrei com choro a tinta de caneta, torci pro papel não secar. Chorei o início, o meio e aquilo que nunca morreu.

Mas fique com o ponto final. Ele é seu.

Um comentário:

Fico muito feliz com a participação de vocês. Quem preferir pode mandar um email: lubacoli@hotmail.com. Obrigada!