segunda-feira, 27 de abril de 2009

Punho

É isso. Eu não gosto de olhar para os meus punhos. Sempre que eu posso, cubro-os com pulseiras grossas, largas e rente à pele. É que eles são assim: finos. Desde sempre, desde ontem de tarde, desde a infância. Me dá uma sensação de fragilidade imensa, como se o corpo já estivesse sentindo ou revelando qualquer das fraquezas que de vez em quando acham de dormir o meu espírito. Parece sempre que eu estou diminuindo, prestes a quebrar, quando na verdade é ele que não sai do lugar. Basta encará-lo para me perder, em plena sinaleira, no meio da minha vida: não sei mais se estou nos 20, nos 30 ou nos 8 anos de idade (E com certeza deve haver um tempo, um bendito ano que não quero voltar). Não comporta um pulso tão fino depois de tantas lutas, tanta coragem, tantos enfrentamentos na minha vida, não é justo. É uma pena que o espírito engrosse, inflame a casca e o punho continue assim. Lembrando sempre minha fragilidade. Minha meninice. Mostrando que no fundo, no fundo, droga, eu continuo embaixo da cama.

2 comentários:

  1. eu adoro seus punhos.
    principalmente porque são eles que sustentam as mãozinhas que balançam no ar, acenando, toda vez que eu passo.
    as coisas são do tamanho que devem ser.
    nem mais nem menos.

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  2. Lu,seus punhos podem parecer frágeis,mas você já saiu debaixo da cama há muito tempo..........Bjs Carol

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Fico muito feliz com a participação de vocês. Quem preferir pode mandar um email: lubacoli@hotmail.com. Obrigada!