quinta-feira, 7 de maio de 2009
Filiações do amor
Vez em quando passo a mão na minha barriga como se já houvesse uma criança ali dentro, só que aguardando a sua hora de ser. Amo-a já, já é minha, tão feita de meu ventre, tão confiante em minha humanidade. Temos um pacto de doação, de amor (com ou sem essa vírgula no meio). De mim para ela, dela para mim desde agora. Ambas esperamos apenas o momento em que as circunstâncias da vida possam existir, ao contrário dela que já existe, cumprindo sua obrigação na sabedoria do tempo. Sinto que ela fica tão ocupada quanto eu, em suas ocupações de não-nascida, vezes observadora, consciente, intuitiva e ainda mais certa do destino, já que é o próprio resultado dele. Eu aguardo, amando sua doçura. Sua presença silenciosa em minha certeza. Por um instante, cheguei a me perguntar se estava grávida de verdade. Se não sou eu que estou nascendo de mim.
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O Instinto materno é fantástico, por isso o dia das mães e o dia internacional da mulher se confundem.
ResponderExcluirLu, me identifiquei muito com esse! Sinto essas mesmas sensações! "...só esperando a hora de ser..."
ResponderExcluirBjo escritora favorita!