quarta-feira, 27 de maio de 2009

O calendário nos conhece.



E de repente, vejo as luzes todas do carrossel e os risos circulares em volta de nós, tão cheios de bocas, de música. Eu pensei que nós éramos uma pausa no dia. Sim, porque quando nós somos, os problemas com o saldo já não são, os dias cinzas já não são, o partido no peito já não é, qualquer coisa incomodando as idéias já não.


Mas nós não somos a pausa no dia. Nós somos o Dia. O Dia Esperado. Aquele que acontece em um ano místico, que reúne a força dos planetas, um encontro milenar entre o sol e a lua no mesmo traço. Somos o dia que precisa de sorte para acontecer. Somos ele. A benção do calendário. A flor das estações. A ventura dos tempos, a promessa das mães. A alegria em olhos de criança, apertados na noite, de tanto sonhar.


Nosso encontro anuncia vida. Entre tantas estações, brotamos tanto. O que sentimos ilumina, acolhe corações, nos faz ir ao chão, de tanta graça. Juntas somos tudo que precisamos. Somos um abraço silencioso e tão impregnado de amor, que continua acontecendo mesmo braços distantes, mesmo que não seja o dia único, mesmo que não haja encontro de luas, mesmo que não seja o ano místico, tão valente e vibrante em dias simplesmente comuns.

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