sexta-feira, 22 de maio de 2009

Soprados

Sim, como dóem. Como ardem. Meus ventos de dias quase domingo vêm assim. Precedidos por vulcões. Por colapsos e choros. Montes e lágrimas. Sou eu que os crio. Digo assim, com o assumido de uma criança. Porque minha habilidade de areia é pouca. Ainda não aguento ser muito tempo como água doce de rio. Eu não sei ser. Eu sempre tive mais medo da calmaria – e ainda o tenho. Das ternuras que as varandas nos provocam, o pouco ou o muito de sentir. Minha alma é tanta que em nada é mansa. Até amor sente demais, até a paz é imensa até que lhe sufoque. Explosões. São meus remédios de ser. Pequenos espalhaços de mim. Pequenos livramentos de mim. Doações gratuitas à natureza, aos tetos, de infinitos intranqüilos repletos de minha alma. Pedaços de mim flutuando, há quem os reconheça. Sufoco e suspiro. Prefiro ser assim, espalhada. A manter um olho de ventos no centro do peito.

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