terça-feira, 19 de maio de 2009

Feliz Ano Novo

Precisamos ter uma conversa, e esteja sabido que é urgente, daquelas entre nós que desafogam a alma e desatam os nós. Mas acontece que é noite, e não se dorme direito depois de uma conversa dessas. E amanheceremos. Então que no outro dia houve a lástima de termos perdido alguém. E esquecemos muito bem esquecido por um dia, praticamente inteiro, porque há tanto que se valorizar a vida em si que já não importa conversas quaisquer. E então que era quarta, e deu uma grande preguiça de conversar, melhor comer frituras, todos achamos. E chegou o sábado, e ninguém interrompe um dia de alegrias desses, de tarefas voluntárias e imensos afazeres inúteis de grande prazer, como balançar os próprios pés, para isso. E aconteceu do mês passar e só havia mesmo que se preocupar com as contas, contas do próprio mês. E então que eu casei, e não se fala em conversas dessas em brindes de bodas e debaixo de uma chuva torrencial de grãos de arroz, não cabe. Mas era necessário conversar, era sim, porque ninguém gostaria de entrar com isso no ano novo, antes livrar-se no velho mesmo. Mas acontece que só restam dois segundos. Dois. Um. Feliz ano novo. É tudo que foi dito.

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