domingo, 17 de janeiro de 2010

Toda de contas - arte de crescer

Meu deus porque estou atenta

E costuro minha alma feito

Colcha de fuxico, das que cobrem o sofá.

Vou amarrando aqui, enchendo de pontos o outro lado

Vou acertando até que a linha

Esteja pronta, esteja certa

E de tão estirada e estufada em seu vermelho

Seja o caminho macio para os meus passos

Claros

Vou costurando sem pressa, com amor

Sei do que são capazes os bordados do meu sonho

Sei da delicadeza com que arremato a minha alma

Sei do que contam as estampas

Que gentilmente escolhi

Nesse acolchoado da vida

Sou uma tecelã, minuciosamente atenta,

Que algumas horas dá um ponto fora da cruz,

Que por um segundo, fura a ponta do dedo

Mas que devolve os mesmos olhos de amor

E volta as mãos antigas para o tecido,

Como se fosse um carinho levá-lo ao pé da agulha

E vai ficando bonito o desenho

Porque tem o cruzado forte de quem já andou

Aprendendo – e se pode ver

um colorido, desembaraçadamente bonito

Que parece que muda de tom

Cada vez que avanço mais um metro.

4 comentários:

  1. nossa vc escreve bem muito lindo amei me envia, apaixonei
    eu por exemplo tambem escrevia muito mas foi passando o tempo e nao escrevo mais
    se preferir me envia por e-mail morango-pina@hotmail.com

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  2. Vc é suave e ao mesmo tempo tão precisa. Brisa boa! Pausa no bruto do dia. Inspiração com certeza. Obrigada.

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  3. De coração, eu que agradeço pelo carinho e pelo incentivo de vocês. Se as minhas palavras alegraram vocês, as suas me fizeram mais feliz hoje. Obrigada!

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  4. amiga, ouve A Linha e o Linho de gilberto gil....é linda e usa a mesma metáfora que vc!
    Lindo texto!
    bjo

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Fico muito feliz com a participação de vocês. Quem preferir pode mandar um email: lubacoli@hotmail.com. Obrigada!