terça-feira, 7 de abril de 2009

Contra a dor, um remédio. Ainda que esteja na velha caixinha branca. Ou embaixo do cobertor. Para esse mal não há aspirina, nem operação. Mal que dói muito mais, que arde na alma, feito merthiolate. Vamos vivendo com a ferida aberta, ou com um ou dois pontos, mal cicatrizados. Vamos vivendo sufocados, às vezes anestesiados, doloridos, com falta de ar, bem embaixo do nó da gravata. Sofremos emergências médicas, quase vamos ao coma, e ninguém nem percebe, no silêncio dos elevadores. Caminhamos chorando, mas rimos para dar bom dia. Não saramos, mas repousamos, diariamente, olhando pra televisão. Ferida de alma mata. Dói até que se encontre uma razão, uma melhora, uma nova condição. Não se acha o diagnóstico fácil. Não sai o resultado nos exames de sangue nem no copinho da urina. No máximo, com a observação. Vamos vivendo arrastados. Esperando que um refrigerante limpe. Que um riso do outro lado da rua sopre, por um instante, o ardido do nosso coração.

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